...Sous le ciel de Paris Jusqu’au soir vont chanter L’hymne d’un peuple épris De sa vieille Cité...
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Meu livro de recordações...
domingo, 3 de outubro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Ao entardecer...
Aos poucos a escuridão chega
O Sol a lançar seus últimos raios
Reflexos dourados refletidos na água
O som emitido pelo movimento das ondas
Pare... Escute... Sinta!
A doce cadência desse movimento confunde-se com o bater de um coração...
Lembranças... Ah, lembranças...
Afloram loucamente em minha mente
Fecho os olhos... O cheiro... O vento
Saudades... De tempos vividos e não vividos
Pessoas que deixei pelo caminho
Voltem!Não, não vão...
O dourado vai esmaecendo...
E ela a surgir...
Linda, serena, misteriosa...
Seja bem vinda minha velha amiga Lua
Após um longo dia, enfim nos reencontramos
Sim... Agora somos nós duas
Contemplando o mundo adormecido...
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Uma de minhas professoras passou um trabalho bem interessante: escrever uma autobiografia!É complicado se resumir uma vida em poucas linhas,mas acho que consegui citar o que me parecia mais relevante...
"Nasci no dia vinte e sete de agosto de mil novecentos e oitenta e sete,numa tarde de quinta-feira,precisamente ás 5:45,na cidade de Fortaleza,estado do Ceará.Lembro de uma infância calma e feliz.Ao recorrer às lembranças vem a tona algumas inesquecíveis...
Minha primeira bicicleta,a primeira boneca,meu primeiro cachorro (também meu primeiro amigo)...Tantas recordações...Tardes passadas ao lado de minha avó,conversando sobre tantas coisas...Passei toda a minha fase escolar na mesma escola,um colégio de freiras.Apesar da disciplina imposta,guardo boas lembranças de lá,amizades,valores adquiridos.
Uma de minhas lembranças favoritas foi o dia em que conheci uma biblioteca.Quando vi todos aqueles livros reunidos ali, esperando ansiosos para me contarem sua história.Tinha quatro anos e meio na época.Meu pai contava que quando cheguei em casa pus todo mundo louco,pois queria a todo custo aprender a ler.Não suportava a idéia de ter que esperar alguém ter tempo para ler um livro para mim.Aos cinco anos aprendi a ler e não parei mais,aos sete comecei com os livros infanto-juvenis e aos nove li meu primeiro livro “adulto”,se chama “Olhai os lírios do campo”,do Érico Veríssimo.
Trocava qualquer disco da Xuxa ou outro infantil qualquer por um dos Demônios da Garoa,a música “Trem das onze” me fascina até hoje.Sempre fui cercada por animais,isso explica o grande amor que tenho por todos eles.Possuo uma profunda ligação com a natureza,quando pequena vivia deitada embaixo das árvores observando as nuvens passarem...
Tive uma infância e adolescência tranqüilas,cercada de muito amor e carinho.Tive o prazer de conviver com as duas pessoas mais maravilhosas que já conheci:meu pai e minha avó.Foram meus melhores amigos e sem dúvida as pessoas que mais amei em toda a minha vida,tudo o que sou devo aos dois.
Infelizmente deixaram-me muito cedo.Minha avó faleceu de um ataque cardíaco quando eu tinha quinze anos,dois anos mais tarde,aos dezessete,foi a vez do meu pai,ele faleceu por conta de uma doença rara denominada Anemia Hemolítica.A princípio foi bem complicado,é difícil acreditar que de repente o mundo girou tão depressa e você não conseguiu acompanhar.
Com essa perda,além da conformação,tive que reaprender a viver.Era complicado fazer minhas próprias escolhas e saber que meus modelos não estavam mais presentes para me prestar apoio.Tive então que lançar um novo olhar para minha mãe,antes do meu pai falecer não éramos muito ligadas,após a morte dele aprendemos,principalmente eu,a convivermos juntas e a mim coube compreende-la melhor,hoje a tenho como minha melhor amiga.
Bem ,hoje aos 23,estou avançando mais um degrau em busca de um sonho antigo,tornar-me juíza.Sempre tive um fascínio pela área do Direito,desde pequena.A escolha pelo magistrado deve-se ao fato que adoro ouvir duas partes e assim analisar para chegar a uma possível verdade,sempre gostei de ouvir,até mais do que falar.Amo observar tudo ao meu redor e tirar minhas impressões.
Tanta coisa para se falar do passado,
mas acredito que lembranças ficam melhor guardadas em nossas mentes...
Deixemos no papel espaço para lembranças futuras..."
sábado, 3 de julho de 2010
Você se lembra...
A mesma chama-se Você se lembra,do Geraldo Azevedo...Com letra e melodia impecáveis,essa musica sempre me encantou desde pequena...
Enfim algo raro de encontrar nos dias de hoje...
Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão
Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem em que país
Me diz em que lugar, cadê você
Você se lembra
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história
A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão
Você se lembra...
sexta-feira, 2 de julho de 2010
E a vós brasileiros,eis o papel principal...
Todos parados,olhares fixos...
- Mas esperem!Estão olhando para o lugar errado!Mas não os condeno,apenas estão vendo o que devem ver,o que podem ver...E quanto ao resto?Bem o resto não importa,nunca importará,pois sempre existirá algo mais importante,algo que mereça mais atenção...
- Mas como?Acordem!
- Psiu!Calada! Preste atenção!
- Não,não devo!Não veem?
- Onde está seu patriotismo?
- Agoniza a passos lentos...Tentando sobreviver a tudo,ao caos...
- Como pode dizer tal coisa quando todos estão em festa?! Não vê? O nosso país pode ganhar,aliás ele vai ganhar!
- Tolos!Ganhar o quê?
- Como o quê? Está louca?
- Sim,estou ficando gradativamente louca...Mas prefiro a loucura genuína,a uma sanidade manipulada...
Minha mente divaga a Roma...Sim,Roma com sua política de pão e circo...
Penso que os romanos eram mais felizes,pois possuíam o pão e o circo,nós por outro lado ficamos apenas com o circo...Repleto de palhaços...
Papel tão fielmente desempenhado, por todos nós brasileiros...
sábado, 26 de junho de 2010
O vento continua a soprar sua melodia divina...

Ao ver as freiras com seus murmúrios velados,regras,auto condenações,voltei-me para um passado agora distante.Como num sonho,recordei dos tempos de colégio,onde cresci em meio a tudo isso.
Lembro-me bem das aulas de ensino religioso onde a irmã ali a nossa frente fazia com que acreditássemos que a própria era uma representante de Deus na terra,e investida de tal cargo passava a ditar regras,tentando moldar nossas mentes e pior até mesmo nossa alma.
Recordo do sufoco que sentia com aquele bombardeio de mandamentos,minha alma suplicava para que tomasse coragem e simplesmente interrompesse tudo aquilo e indagasse: Por quê?Porque tenho que acreditar em tudo isso? Onde está afirmado?Não,não aceito!
Porém ao mesmo tempo em que sentia tantos pensamentos transbordando,sentia em meu rosto o vento vindo da janela...Num instante já não ouvia as palavras proferidas,a voz ia ficando quase inaudível...Só conseguia ouvir o barulho do vento sobre as árvores,como em uma linda sinfonia...Sentia uma alegria intensa!
Desde pequena sempre tive uma definição muito diferente do que realmente significava Deus.Ao contrário da maioria que o vê como um homem,que tudo observa,que dita o que podemos ou não fazer,infringindo culpa e medo através da ideia de pecado...Não!Recuso a acreditar em tal absurdo!Não pode ser dessa forma...Ele está sim em todos os lugares,mas não da maneira que se imagina...
Uma demonstração de afeto,num olhar de um animal,na dança envolvente das folhas das árvores sendo sopradas pelo vento...Ele está ali...Sem culpa,sem ordens e imposições...Apenas um sentimento,capaz de impulsionar o mundo: o amor!Aí está o Deus que tantos procuram!
Se as pessoas procurassem ouvir umas as outras,viver em função de apenas uma regra:Não fazer mal ao seu semelhante,cultivar esse sentimento presente no outro e no meio em que vivemos...Cultivar o Amor!Só assim estaríamos cultivando Deus em nossos corações...
O vento continua a soprar em meu rosto e esse mesmo percorre as copas das árvores levando ao resto do mundo sua melodia divina...
Despertando de um sonho,escuto o sinal a tocar,anunciando o intervalo.A irmã finaliza seu discurso dizendo:
_Espero que todos tenham entendido a essência dos mandamentos de Deus...
Sim irmã,eu entendi,mais do que a senhora pensa e até mais do que a senhora entende...
Bem, finalizo com uma frase do filme pronunciada pela Gabrielle:
"I think I've been struggling all these years, Reverend Mother. In the beginning each struggle seemed different from the one before it. But then they began to repeat, and I saw they all had the same core: obedience. Without question, without inner murmuring. Perfect obedience as Christ practiced it. As I no longer can."
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Entre mundos...

Sinto saudades,sim saudades de momentos que se foram e os que ainda estão por vir.
Pairo entre mundos,entre momentos e realidades distintas,entre personagens reais e ficticios...
Não meu caro,não estou louca,estou sã,até mais do que eu gostaria,até mais do que deveria.
Uma vez um amigo perguntou o motivo do meu vicio por livros,bem aqui respondo:
"Cada livro é um mundo novo! O autor é como um velho amigo que vem me contar uma historia,ele me mostra seu mundo, apresenta-me a seus amigos...Então a cada livro lido adquiro uma mundo novo,amigos novos! Amo isso,é simplesmente mágico...Ah se todos conhecessem o valor de um livro...Não existiriam pessoas solitárias no mundo!"
Mas não encontro mundos somente em livros,os encontro também em músicas,embora menores...Piaf sempre me transporta a Paris dos anos 30...Demônios da garoa a momentos da infância...Beth Carvalho a um Rio que nunca conheci...Trio Irakitan a longas conversas mantidas com minha avó...Ah como sinto saudades!
Conselhos,risadas,lições de vida...Grande parte do que sou hoje devo a ela...Passarão mil anos e não encontrarei alguém como ela,que sem dúvida alguma foi um ser humano único!Avó,amiga,mãe...Enfim foi tudo!
Bem fugi um pouco do assunto,mas minha mente é assim mesmo,como já disse vivo pairando entre mundos...
Meus mundos,que só eu conheço e entendo...