sábado, 3 de setembro de 2011

Dona de Mim



Um dia desses vasculhando umas caixas esquecidas, deparei-me com um certificado de um concurso de poesia que participei na 7ª série na escola. Tirei o primeiro lugar, com uma poesia chamada: "Dona de mim" . O tempo passa tão depressa e acabamos esquecendo de tanta coisa. Porém ainda consigo lembrar da minha alegria ao ganhar o concurso, chegando em casa com o certificado na mão para mostrar ao meu pai... Segue a referida poesia, feita com tanto carinho, há tanto tempo atrás...

Poesia louca
Poesia sã
Que leva os homens em suas asas
Ao mundo dos sonhos

E, ás vezes, dos pesadelos

Poesia que me afronta

Não me deixando dormir
Pois tenho certeza
Que nunca serei digno de ti


És bela e imortal

Em teus braços repousam

As almas dos grandes poetas

Que um dia embriagados

Com tua beleza,

Esqueceram da vida

Se entregando de corpo e alma

Aos teus caprichos.


Poesia que me envolve,

Em teus encantos

Fazendo de mim um escravo

Que embora acorrentado

Não reclamo de ti.


Serei sempre teu aliado

Servo e nunca senhor

Pois jamais conseguirei

Livrar-me de tuas correntes

Que me prendem ao teu fascínio

Sem nem um temor


Pobre daqueles que não te entendem

Pois sofrerão sempre calados

Vivendo num mundo perdido

Sem conhecer teu afago.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O que nos torna humanos?


Outro dia assisti a um filme intitulado "O Homem Bicentenário.O mesmo conta a história de um robô que deseja ser um ser humano.Aos poucos,Andrew,como é chamado o robô,vai adquirindo traços humanos como personalidade,emoções,inteligência...Apenas lhe faltava o reconhecimento da sociedade.Diante disso ele resolve ir diante de um júri lutar por esse direito.
-Como um robô pode ser considerado um ser humano?
-Penso,respiro,sinto,sou capaz de amar...Como não posso ser considerado um ser humano?
Nesse momento me ponho a pensar: O que realmente nos faz humanos?Será um conjunto de funções biológicas como respirar,pensar,viver e morrer?
Andrew não nasceu humano,não possui tecidos,células,um coração pulsante...Mas fez de sua "vida" uma busca...Uma eterna busca por liberdade,por aperfeiçoamento,por um significado: O que realmente sou?
Uma máquina dotada de uma essência mais humana que muitos considerados "humanos".
O que realmente nos torna humanos?
Rir e chorar,viver e morrer,respirar...Não nos prendemos a atitudes tão limitadas.Sejamos mais humanos!Não reduza sua vida a um simples pacote de funções orgânicas.
Respire,sinta,compartilhe...Chore,sorria,sonhe,deseje...Ame!Busque significados,respostas.Não se perca na mera definição de que é um ser humano,procure ser em sua essência!
Faça de sua vida uma eterna busca,mas nunca esqueça de viver!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Meu livro de recordações...


Esses dias me deu uma saudade enorme da cama da minha avó...Era uma cama enorme,bem fofa,sempre forrada com colchas que ela mesma fazia.Minha avó sabia fazer de tudo,nunca vi igual:costurava,bordava,fazia croche,tricot,pintura em tecido etc etc.Ela bem que tentou diversas vezes me ensinar algo,mas não tinha jeito,nunca tive talento para trabalhos manuais,mas amava ve-la fazendo. Outro de seus talentos era a cozinha,ela cozinhava como ninguém!Sinto falta do cheiro dos bolos no forno,dos doces,das panquecas...Costumava ficar deitada na cama dela,com a fresta de sol entrando pela janela e acompanhada de alguns gatos,dormindo ao meu lado,ronronando...Minha avó amava animais,todos eles,acho que herdei essa característica dela.Ficava então ali a escutar os barulhos vindo da cozinha,vovó se movimentando de um lado para o outro e do quintal vindo os sons do papagaio Louro(que depois descobrimos ser na verdade Rosinha rs) acompanhado de seu inseparável radio de pilha,onde tentava a todo custo cantar as músicas que ouvia... Quantas saudades!Deitada alí de olhos fechados pensava em várias coisas, o mundo parecia não existir,não havia problemas,tristezas,saudades.Tudo que eu mais amava estava bem alí...Estava segura,pois aquele era meu mundo.Perdida nesses pensamentos não reparava que vovó havia se aproximado,me acordava passando as mãos em meus cabelos dizendo: Naninha(era assim que ela me chamava) o bolo está pronto,venha comer antes que esfrie... E lá ia eu correndo atrás dela,com os gatos atrás rs. Ainda hoje quando estou triste fecho os olhos e imagino está deitada naquela cama,tento ouvir os barulhos vindos da cozinha,a voz de minha avó,enfim tento de alguma forma manter aquele mundo junto a mim,pois sempre me pertenceu e jamais abriria mão. Lembranças e mais lembranças... Porém o que seria de nós sem elas?Apenas um livro vazio,sem conteúdo algum,como se tivessem arrancados páginas.Que afronta!Quero meu livro sempre inteiro,não abro mão de um capítulo sequer,mesmo aqueles que me trazem alguma recordação ruim.Deixo ali guardados,pois mesmo na dor sempre há uma maneira de aprender e só assim conseguimos evoluir...

domingo, 3 de outubro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

Ao entardecer...




Cores, pulsação, sentimento...
Aos poucos a escuridão chega
O Sol a lançar seus últimos raios
Reflexos dourados refletidos na água
O som emitido pelo movimento das ondas
Pare... Escute... Sinta!
A doce cadência desse movimento confunde-se com o bater de um coração...
Lembranças... Ah, lembranças...
Afloram loucamente em minha mente
Fecho os olhos... O cheiro... O vento
Saudades... De tempos vividos e não vividos
Pessoas que deixei pelo caminho
Voltem!Não, não vão...
O dourado vai esmaecendo...
E ela a surgir...
Linda, serena, misteriosa...
Seja bem vinda minha velha amiga Lua
Após um longo dia, enfim nos reencontramos
Sim... Agora somos nós duas
Contemplando o mundo adormecido...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Uma de minhas professoras passou um trabalho bem interessante: escrever uma autobiografia!É complicado se resumir uma vida em poucas linhas,mas acho que consegui citar o que me parecia mais relevante...

"Nasci no dia vinte e sete de agosto de mil novecentos e oitenta e sete,numa tarde de quinta-feira,precisamente ás 5:45,na cidade de Fortaleza,estado do Ceará.Lembro de uma infância calma e feliz.Ao recorrer às lembranças vem a tona algumas inesquecíveis...

Minha primeira bicicleta,a primeira boneca,meu primeiro cachorro (também meu primeiro amigo)...Tantas recordações...Tardes passadas ao lado de minha avó,conversando sobre tantas coisas...Passei toda a minha fase escolar na mesma escola,um colégio de freiras.Apesar da disciplina imposta,guardo boas lembranças de lá,amizades,valores adquiridos.

Uma de minhas lembranças favoritas foi o dia em que conheci uma biblioteca.Quando vi todos aqueles livros reunidos ali, esperando ansiosos para me contarem sua história.Tinha quatro anos e meio na época.Meu pai contava que quando cheguei em casa pus todo mundo louco,pois queria a todo custo aprender a ler.Não suportava a idéia de ter que esperar alguém ter tempo para ler um livro para mim.Aos cinco anos aprendi a ler e não parei mais,aos sete comecei com os livros infanto-juvenis e aos nove li meu primeiro livro “adulto”,se chama “Olhai os lírios do campo”,do Érico Veríssimo.

Trocava qualquer disco da Xuxa ou outro infantil qualquer por um dos Demônios da Garoa,a música “Trem das onze” me fascina até hoje.Sempre fui cercada por animais,isso explica o grande amor que tenho por todos eles.Possuo uma profunda ligação com a natureza,quando pequena vivia deitada embaixo das árvores observando as nuvens passarem...

Tive uma infância e adolescência tranqüilas,cercada de muito amor e carinho.Tive o prazer de conviver com as duas pessoas mais maravilhosas que já conheci:meu pai e minha avó.Foram meus melhores amigos e sem dúvida as pessoas que mais amei em toda a minha vida,tudo o que sou devo aos dois.

Infelizmente deixaram-me muito cedo.Minha avó faleceu de um ataque cardíaco quando eu tinha quinze anos,dois anos mais tarde,aos dezessete,foi a vez do meu pai,ele faleceu por conta de uma doença rara denominada Anemia Hemolítica.A princípio foi bem complicado,é difícil acreditar que de repente o mundo girou tão depressa e você não conseguiu acompanhar.

Com essa perda,além da conformação,tive que reaprender a viver.Era complicado fazer minhas próprias escolhas e saber que meus modelos não estavam mais presentes para me prestar apoio.Tive então que lançar um novo olhar para minha mãe,antes do meu pai falecer não éramos muito ligadas,após a morte dele aprendemos,principalmente eu,a convivermos juntas e a mim coube compreende-la melhor,hoje a tenho como minha melhor amiga.

Bem ,hoje aos 23,estou avançando mais um degrau em busca de um sonho antigo,tornar-me juíza.Sempre tive um fascínio pela área do Direito,desde pequena.A escolha pelo magistrado deve-se ao fato que adoro ouvir duas partes e assim analisar para chegar a uma possível verdade,sempre gostei de ouvir,até mais do que falar.Amo observar tudo ao meu redor e tirar minhas impressões.

Tanta coisa para se falar do passado,

mas acredito que lembranças ficam melhor guardadas em nossas mentes...

Deixemos no papel espaço para lembranças futuras..."

sábado, 3 de julho de 2010

Você se lembra...

Numa dessas visitas ao youtube deparei com esse video,uma versão maravilhosa de uma de minhas músicas favoritas,que infelizmente não é tão conhecida.
A mesma chama-se Você se lembra,do Geraldo Azevedo...Com letra e melodia impecáveis,essa musica sempre me encantou desde pequena...
Enfim algo raro de encontrar nos dias de hoje...



Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão

Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem em que país
Me diz em que lugar, cadê você

Você se lembra
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão

Você se lembra...

(Geraldo de Azevedo / Pippo Serra / Fausto Nilo)